Para quem ficou em Pelotas neste feriadão de Carnaval e quis curtir um pouco de folia, a solução foi mesmo os bloquinhos. Sem desfile das escolas, o que vai acontecer em março, as ruas não decepcionaram. Sem grandes ocorrências policiais (até o fechamento dessa edição), é a comprovação de que as pessoas em sua grande maioria vão pela alegria, pelo respeito.

No entanto, é uma pena a cidade não aproveitar a data em si, como citamos na semana passada neste mesmo espaço de Editorial. Olhar para as cidades da região, como Jaguarão e São Lourenço do Sul, bombando, deveria fazer os gestores de Pelotas sentirem vergonha. É ótimo para uma Zona Sul forte, em que o turismo interno realmente está funcionando no verão, algo há muito tempo desejado. No entanto, isso serve também como um carimbo de comprovação para a ineficácia das ações do Município em turismo.

O leitor pode desafiar-se nesta terça-feira, que é feriado, e procurar atividades de turismo no Centro de Pelotas. Tudo vazio, parte dos restaurantes fechados, bares também, museus e afins. É uma pena. Parece haver pouco incentivo e ainda menos vontade de mudar esse cenário. Pelotas segue sem uma ideia que norteie seu turismo. Vão ser as belezas naturais? Vai ser a cultura? A história? A alimentação? A arquitetura? O turismo rural? A vida noturna? São muitas opções, mas quem quer tudo, às vezes não consegue nada e a cidade parece realmente não saber para onde está indo.

O Carnaval vem sendo a data que melhor expõe isso. Por mais que esteja sendo tudo preparado para uma festa bonita das escolas no próximo mês, se perde um pouco do pique fazer depois de todo mundo. Não é algo como se vê em Uruguaiana, por exemplo, que faz fora de época uma festa de enormes proporções. Por aqui, parece ser só por não conseguir fazer nada na data oficial mesmo. E é uma pena também pelo esforço de quem faz a festa, dos organizadores, de quem vive a vida nas entidades carnavalescas e se dedica para realizar a folia por aqui.

Soa repetitivo bater sempre na mesma tecla, mas o turismo pelotense realmente precisa ser chacoalhado. Potencial a cidade tem, e cada evento de maior magnitude mostra isso. Gente interessada também, visto que boa parte de quem está pulando nas cidades vizinhas são moradores daqui. Pra quem fica, os bloquinhos sempre enchem também. Porque, então, o Município não aproveita e começa a se organizar para ali na frente aproveitar todas essas possibilidades?​